(Visão n. 871 de 12 Nov 2009)
Desta vez a "Visão" dedicou o número ao combate ao "efeito de estufa", "aquecimento global", ou seja, "mudança climática". Uma revista verde (era mesmo verde!).
Muito bem, mas.
(1) Lâmpadas economizadoras.
Comecei a usar lâmpadas economizadoras à mais de duas décadas. Se calhar muita da gente que fala sobre o assunto só começou muito recentemente e portanto não se apercebe de um problema que inquina, em muito, a sua utilidade.
Falo quando uma lâmpada se avaria (geralmente muitos anos depois da compra). Nessa altura a reacção natural é ir a uma loja para comprar uma semelhante para substituir. Parece fácil, mas não é. Porque as lâmpadas economizadoras vêm em todas as formas e feitios mas nunca se encontra uma que seja igual, ou mesmo semelhante à que se avariou.
Depois de alguma indecisão lá se decide em comprar uma parecida. Chega-se a casa e...não cabe no local onde estava a anterior. Eventualmente lá se encontra uma que cabe mas...de uma potência inferior, dá menos luz. Para resolver este problema tem de se comprar um candeeiro novo, ou um candeeiro extra.
Depois de uma década tenho uma gaveta cheia de lâmpadas que nunca serão usadas e gastei já um bom dinheiro a comprar - e instalar - candeeiros extra.
Fiz algumas economias, em relação ao que gastaria com lâmpadas "normais"? Certamente não muitas, contando com o dinheiro gasto em lâmpadas não usadas e candeeiros extra. Para não falar no espaço extra que as lâmpadas inúteis me estão a ocupar.
A natureza não agradece também, e certamente, os materiais das lâmpadas extra, quando forem parar às lixeiras, onde as minhas irão certamente, nem a energia gasta a produzi-las.
Ninguém ganha? Talvez só as fabricantes das lâmpadas, o que faz de muita gente bem intencionada propagandista das multinacionais.
(2) Os transporte públicos de que se falam na revista não devem ser em Portugal. Quando uso os transportes públicos espero em pé à chuva e ao frio e faço a viagem de pé como sardinha em lata sofrendo também de frio ou calor conforme a época do ano. Chego muito mais descansado quando vou de carro. Nas bichas posso ouvir coisas gravadas, mas principalmente oiço as notícias na rádio. Eficiência é claro para quem se pode dar ao luxo de trabalhar em horários flexíveis o suficiente para fintar a bicha.
(3) Os carros eléctricos PRODUZEM C02. Até têm potencial para serem eficientes, mas até onde está para ver, tal com os híbridos, e as contas têm de ser feitas com cuidado.
Mas é ridículo atribuir-lhe uma emissão ZERO. Produzem CO2 nas centrais térmicas onde é produzida a electricidade com que os carregamos. Onde são produzidas, e depois recicladas, as baterias.
(4) Aquela de comprar o carro a pronto e as baterias em leasing é ridículo. As baterias fazem parte do carro e devem ser contabilizadas como qualquer outro componente. Se não se tem dinheiro recorre-se ao crédito (nalguma das muitas forma possíveis) mas certamente não há nenhuma lógica em se contabilizar para uma ou outra parte do carro. Ou alguém compra o motor a prestações e o resto do carro a pronto de pagamento?
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