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2008-11-26
Tenho um Magalhães
(na figura: na esquerda o OLPC, à direira um Classmate PC da Intel (O Magalhães é um clone).
Tenho um Magalhães -:)
Não é piada nem muito menos uma declaração política. Não tive nenhum "bónus" especial. Comprei-o numa loja de Lisboa (na FNAC do Colombo) como qualquer outra pessoa o poderia ter comprado. Custou-me 200 euros (preço do primeiro dia). Não estou certo que a aplicação lectiva do Magalhães seja particularmente adequada para os primeiros anos, mas é um assunto sobre o qual não tenho experiência.
O Magalhães tem um defeito óbvio, teclas muito pequenas, que exigem algum jeito para usar. Essa é a contrapartida óbvia para ser muito pequeno.
Fora isso é uma excelente máquina. Aliás se não fosse eu não tinha comprado, não sou propriamente um novato nestas coisas de computadores.
A resolução do ecrã não é espantosa, mas é surpreendentemente agradável à vista e muito utilizável. O processador é lento, mas permite fazer funcionar um bom editor de texto juntamente com o browser e um comunicador, ou seja serve 99% dos utilizadores de computadores. Funciona bem com várias janelas desde que não estejamos a trabalhar simultâneamente em mais que uma janela, o que de qualquer maneira é inverosímil.
O disco é 30 G, não muito grande em termos actuais, mas, mais uma vez é suficiente para todas as aplicações indicadas.
Não tem leitor de CDs/DVDs, mas as duas portas USB permitem o uso de "pens" cujo preços em baixa, as vai tornado numa boa escolhas. A outra porta pode ser usada para ligar um rato, mas, a opção do "pad" incluído, em vez de rato, é utilizável, exigindo porém alguma prática.
Vamos agora ver para que é que o Magalhães não serve. Não serve para ver vídeo, por causa da resolução do ecran, porque não tem leitor de CD/DVD e porque o altifalantes não são lá muito bons. Mas quem é que se põe a ver DVDs fora de casa?
Para música, não será também o mais indicado. Um bom par de phones resolve a questão dos altifalantes (e até é o mais indicado, porque de um modo geral não queremos incomodar as pessoas ao lado). No entanto a velocidade do processador, sendo baixa, não consegue evitar um salto aqui e alí, principalmente se estivermos a trabalhar ao mesmo tempo, o que eu acho algo desagradável.Para ouvir música use um leitor MP3.
Por último não será fácil ligar o Magalhães a um projector.
Dito isto tenho que referir que para comunicação em voz pelo SKYPE, ou outro software. ou mesmo videochamada funciona mito bem. A câmara integrada tem uma resolução que, apesar de ser baixa pelos padrões actuais, é perfeitamente adequada a qualquer uso, excepto talvez para as aplicações profissionais mais exigentes.
O Magalhães funciona muito bem em rede. As suas antenas captam sem qualquer dificuldade rede "sem-fios" do tipo "g", mesmo com encriptação WPA2 (penso porém que sou a única pessoa a usar WPA2, aliás ainda vejo muito uso da encriptação WEP, que ainda é mais fraca que a WPA1). A ligação por cabo também é muito fácil apesar do limite máximo de velocidade sem 100 Mb/segundo, mas a maioria das redes não dá mais que isso.
O software que trás de origem é mau. Metade são aplicações destinadas a miúdos muito menos espertos que os miúdos actuais.
O sistema operativo é o Windows XP, não sendo previsível uma migração para o vista, o que não incomoda porque o vista não trouxe nada de útil. De qualquer modo penso que mudar para Linux não vai ser um problema até porque é fácil "obrigar" a máquina a arrancar com um sistema de operação instalado numa pen ou mesmo num cartão SD / mini SD ou micro SD, instalável no leitor de cartões SD de origem, que é acessível do exterior.
O computador também trás o Office 2007 e um bom antivírus. No entanto esses produtos expiram ao fim de menos de 2 meses se não se pagar a licença. Na minha máquina, já foram ambos substituídos por software gratuito.
Conclusão: O Magalhães faz parte de um nova geração de computadores pouco potentes, mas baratos e leves, que vão ser a grande massa de vendas a partir do verão de 2009, se não antes. São geralmente boas escolhas que finalmente interrompem a espiral de precisar de computadores cada vez mais potentes, raramente com nenhuma necessidade.
A este preço será muito menos rentável roubar computadores o que vai tirar algumas preocupações (apesar disso o Magalhães tem a ranhura adequada para passar um cabo de aço de segurança).
Estes computadores vão também potenciar a utilização de software livre, já que será difícil convencer alguém a pagar 200 euros pelo computador e depois 400 euros pelo Office.
Do lado negro, não duvido que este computador (que afinal é um classmate da Intel de 2a geração, apenas com o exterior diferente), é subsidiado, pela Intel e pela Microsoft para combater o OLPC do guru Negroponte. Mas, por um lado sou pobre e não posso deixar de aceitar os subsídios. Por outro lado se os computadores se continuarem a este preço toda a gente vai querer um (ou dois) o que vai criar um mercado para todos os concorrentes que se conseguirem manter nesta faixa de preços.
Também o Magalhães vai permitir à Intel penetrar mercados "visceralmente" anti-amaericanos, como, por exempplo, a Venezuela (vamos a ver se têm dinheiro para pagar, com o petróleo a menos de 50 dollars).
Um aviso final. Não sou oftalmologista mas desconfio que usar este computador mais que uma ou duas horas por dia, pode não ser muito saudável para a vista, Espero que em breve surgam computadores do mesmo tipo mas com teclado e ecrãs muito melhores, mas para já não é para trabalho prolongado. No Magalhães só com muita habilidade (pela porta USB) se vai conseguir instalar um ecrã (ou um teclado) anexo.
Agora se quer uma máquina que se pode transportar numa pasta sem dar nas vistas, para usar em qualquer lado, o Magalhães é uma hipótese muito interessante.
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