2009-09-20

Deixem em paz os miúdos

Estou a gostar do Obama. As minhas soluções estão a convergir com as dele, como aliás eu tinha esperança.

Médio Oriente:

É importante "fechar" a guerra do Iraque. Não há nada que se posso ganhar mais. Depois de verificado que não tinham armas nucleares, destruídas as principais estruturas industriais e de limpar o sebo ao Saddam o que é que esperam que aconteça mais? Agradecimentos?

Devem sair o mais rapidamente possível e deixar os xiitas e os sunitas a matarem-se uns aos outros, como já andam a matar as outras religiões. Foi só assim (luta religiosa fratricida e particularmente cruel) que a Europa se livrou da praga da religião a partir da idade média. Com o domínio da religião não é possível qualquer democracia que dure mais que 12 meses. Deus não pode ser democrata, ou isso dos 10 mandamentos, foram votados?

No Iraque os resultados podem não ser os óptimos e, claro, são algo imprevisíveis (Curdo, Irão, etc, ), mas daqui a 10 ou 20 anos nada estará melhor.

[ Posso concordar com a manutenção de uma base num local não habitado com um perímetro onde tudo o que se mexer, em terra, mar e ar, será imediatamente executado]

Podem aprender com os israelitas em Gaza. Bombardeamento, invasão, baixas civis quando necessário, baixas próprias se necessário, retirada das tropas no terreno. Repetir quando necessário. A ONU dirá sempre mal, portanto é irrelevante.

Escudo anti-míssil:

Claro que a Polónia, a R. Checa, a Geórgia, a Ucrânia, podem não andar muito agradadas. Compreende-se, mas têm de ver que ainda à umas décadas eram colónias da URSS e não piavam portanto ainda têm motivo para andar contentes.

E é evidente que o protesto não tem nada a ver com o facto de eles quererem a ajudar a defender o Ocidente. Ficam ofendidos porque perdem um produto que queriam vender. O que aliás é legítimo e até têm a minha simpatia.

Querem conservar a independência e não perder umas províncias? Neste mundo não se pode ter tudo, principalmente se for a contar com o trabalho dos outros. Sentem-se injustiçados? Pensem nos habitantes de Dresden 50 anos atrás.

Só espero que os que irão aplaudir a perda da península de Yalta pela Ucrânia sejam os mesmos que aplaudiram a independência do Kosovo (suspeito que não serão). Portugal pode mesmo aproveitar para tomar Olivença que nenhum jurista duvidará ser portuguesa. Os espanhóis que tomem Gibraltar para vingança contra nós através do nosso mais antigo aliado.

Numa guerra quem quer ganhar sempre, em todas as frentes e em todas as ocasiões e situações têm a derrota assegurada.

Na realidade a guerra do Irão e o escudo anti-míssil, custam um balúrdio de dinheiro e não têm qualquer utilidade (no contexto actual).

O caso do escudo anti-míssil é particularmente esclarecedora. Se (quando) o Iraque tiver uma bomba nuclear pode sempre colocá-la em contentores, encher um navio comercial e mandar rumar ao porto de Nova York como se transportasse madeira para fazer móveis. Quando estivessem próximos a tripulação suicida (de livre vontade ou não) tentaria aproximar-se o mais possível de Manhattan antes de carregar no botão. Mais tarde podiam acusar os Israelitas e a CIA e não faltará quem acredite. E sai-a-lhes MUITO mais barato. Também podem usar um avião de carga muito grande ( não arranjam uns Antonovs 124 baratinhos em saldo algures na ex-URSS? )

Se não funcionar à primeira, pode tentar-se mais vezes e há outras cidades disponíveis (Washington, Los Angeles, S. Francisco, Seattle, Boston, Miami, S. Diego).

Manifestações contra o Obama:

Já ninguém fala que o Obama não nasceu na América e falsificou a certidão de nascimento? Comparado com isso o resto é (legítima) demagogia.

O Obama não domina os dossiers? Comparem lá as notas universitárias e a qualidade das universidades do Obama (e já agora da esposa) com os Bushes e candidatos Republicanos recentes que passaram claramente a(s) Universidade(s) ou equivalente nos copos e farras às custas dos pais. O Bush dirigiu uma guerra sem saber se era contra os xiitas ou se era contra os sunitas. Duvido que fosse capaz de encontrar o Iraque num globo (pista: é pequeno).

Iraque:

Desenvolver a ciência e a tecnologia.

Por exemplo (re-)inventar aviões não tripulados (drones) pequenos, muito autónomos, pouco detectáveis e demasiado lentos para fazer disparar os anti mísseis. Podem depois emprestar uns aos israelitas que terão todo o prazer em os usar em matar o Ayatollah Ali Khamenei, o Presidente Mahmoud Ahmadinejad, e os seus sucessores, sempre que se atreverem a aparecer em público. Cada uma dessas mortes vale mais que destruir uma estação de enriquecimento de urânio. Os cléricos serão preferencialmente mortos quando estiverem a pregar. Assim vão para o paraíso mais depressa.

Estou ser mau? Não. Podiam fazer os drones explodir sobre as conhecidas manifestações de apoio ao regime (com elogios claros ao Hitler e insultos à democracia e à liberdade de expressão) e enviar uma grande quantidade de mártires para o céu.

Se os drones forem feitos em série, nem há grande problema se falharem 9 em cada 10 vezes (e podem mandar 10 de casa vez).

Desenvolvam o tele-trabalho para poupar gasolina. Não fora o petróleo o médio oriente teria a importância geo-estratégica da Nova Zelândia (sorte a deles). E deixem em paz os miúdos que andam a inventar essas coisas.

Rússia:

A Rússia é o melhor aliado do Ocidente contra o Islão. Não gostam? O Churchill também não gostava do Estaline (e vice-versa). Teria sido melhor a vitória do Hitler?

Afeganistão/Paquistão:

Fica para a próxima. Nem tudo é simples.

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