Acrescento que nenhum dos candidatos me entusiasma o mínimo.
Isto não me vai impedir de ir votar, mas a única razão racional para isso é não banalizar a abstenção elevada.
No entanto a ordenação dos candidatos ainda contém alguma imprevisibilidade. Na primeira posição Sampaio ou MBelém? Não tenho a + pequena ideia se bem que o Sampaio ganhar vai ser uma facada para o PS o que não vai deixar de ter resultado na coligação governamental.
Mas vamos à análise:
Os partidos
O BE cometeu um erro histórico ao não apoiar Sampaio . Seria o único candidato com alguma possibilidade de vencer o Marcelo na 2a volta, mas assim não vejo como é que o Sampaio pode ir à segunda volta. As ganas de bater no PS foram fortes de mais (ainda vejo como possível, mas não provável, uma desistência, mas nestas coisas o dito foi dito). E o Sampaio, mesmo que colocado ao PS dava um cheirinho de BE.A PaF esteve bem. Não estando o Barroso interessado (provavelmente porque o lugar paga pouco e não está às medidas das suas ambições) viu que o Marcelo era o candidato vencedor e nunca mais pensou noutra coisa (ao contrário do wishfull thinking de muitos).
O PC cometeu um erro histórico, mas na realidade não vejo como teria condições objectivas e subjectivas para apoiar outro candidato. É a maldição dos partidos com muita história.
O PS meteu o pé na argola, Aliás nem percebi porquê. Sabido que o Gueterres acreditou mesmo naquela da ONU, tinha um candidato potencialmente ganhador, preparado para se colar ao PS (não em demasia para não dar muito nas vistas, mas isso só convinha ao PS). Muitos membros viram isso, mas népia.
Os candidatos
Não vi os debates. Bom, vi uns bocadinhos aqui e ali e os resumos nos telejornais. Mas algum político em Portugal, num lugar de poder, cumpriu aquilo que disse nas campanhas eleitorais? E algum eleitor muda o seu sentido de voto?
E são tão previsíveis. Qualquer analítico político podia escrever o guião dos debates e ninguém iria dar pela marosca.
Perder tempo por perder tempo, e se eu visse televisão para além dos telejornais, antes a luta livre americana que sempre dá alguma emoção.
Edgar Silva - Como digo noutro item (MMatias) dificilmente iria votar num marxista leninista. Acrescento: MUITO dificilmente iria votar num padre. Agora imaginem a probabilidade de eu votar num padre marxista leninista. E quando se pode pensar que não tenho nada de pior para dizer: lembra-me um professor que tive de religião e moral.
Não, não é coerente.. É apenas repetível. Repete o camarada secretário geral que repete Cunhal que repetiu Brejenev (cf. Marcelo que é o contrário) .
Marcelo R. de Sousa - O pai do Marcelo (com a maioria dos pais) sempre quiz o melhor para o filho. Sob a sua sábia orientação e com a colaboração do "padrinho" que lhe arranjou a coisa até começou a correr bem, bem cedo. Bajolação ao poder, bufar da oposição, ir a umas manifs de desagravo do sistema.
Depois houve aquela chatice do 25 de Abril. Prontos. A coisa demorou mais tempo, o Cavaco foi o novo rico que não teve medo de correr riscos passou-lhe à frente e por isso o odeia. Mas dizendo uma coisa agora, desmentindo de seguida, quem tem velhos amigos de família arranja sempre bons empregos.
E há para aí quem julga que as constantes contradições lhe tira 1 voto. Devem ter estado a dormir até ontem. Aliás Marcelo é coerente (apenas não é repetível, cf. Edgar). Tem uma ideia bem coerente para o país. Baseado num regime como o de Salazar, mas, os tempos são outros, mas favorável às grandes multinacionais, que bem poderão tomar conta de tudo (felizmente a guerra colonial e a PIDE são assuntos arredados pela história),
Gostava mais dele de barba.
Maria de Belém - Não percebei como é que o PS foi escolher este candidato. Suspeito que andou ali mãozinha do agit-prop da Ana Gomes. Para quem não é desses tempos consiste em chatear tanto os adversários até estes acabarem por lhe dar razão só para não terem de a ouvir. A Ana que, claro, passou para o Nóvoa quando este lhe deu mais poleiro.
Mas mesmo assim. Nã. Existiu um motivo passional qualquer só que eu o ignoro. Só assim se pode justificar um candidato com tão pouco carisma e com um passado Ricardo Salgado (sei que foi apenas por dinheiro, mas mesmo assim...). Não, não pode existir motivo lógico.
Marisa Matias - suspeito que a Marisa é marxista-leninista. A suspeita é fundamentada porque veio de um partido fundado por marxistas-leninistas e nunca o desmentiu.
Dificilmente eu iria votar num candidato ML. Os países que seguiram esse caminho acabaram todos mal. Sei que muitos iluminarias ML abandonaram as ideias assim que lhes cheirou melhor tacho (Durão Barroso, Nuno Crato, Saldanha Sanches, Vital Moreira, Ana Gomes e tantos outros, perdões por não citar todos, mas a vida é curta) mas mesmos esses só produziram dejectos. Terão sido verdadeiros ML?
Sampaio da Nóvoa - Existe um ditado que diz "quem não sabe fazer, ensina". Outro acrescentou "...e quem não sabe ensinar, faz investigação". Mauzinho-eu digo "...e quem não sabe ensinar nem investigar, investiga o ensino ou ensina a investigação".
Não que o ensino não seja importante. E investigar. Mas investigar o assunto é ficar 4 níveis separados da realidade. Conheço bem profs de todos os níveis de ensino e, quando não coagidos, nem eles próprios se especializaram em ensinar ensino, todos são unânimes em ignorar - mesmo desprezar com horror - as teorias sobre o ensino que os investigadores debitam.
Fora isso a história do SN resume-se a "o que é que isso tem a ver com?". Não acaba matemática para ir estudar teatro. Sai da país para estudar outra coisa qualquer, mesmo sem uma licenciatura, mas acaba noutro sítio para estudar assunto ainda mais diferente, porque não sabia ler mapas. Faz um doutoramento, mas depois faz outro noutro assunto.
Enfim especialista em navegar nos corredores das universidades. Atento às oportunidades venham lá de onde vierem. Alguma qualidade tem de ter.
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