2015-10-16

Deixem-me andar satisfeito

Descobriram o ET.

Existe algum consenso que uma civilização tecnologicamente muito avançada e capaz de gerir projectos a muito longo prazo, mas incapaz de abandonar o seu sistema planetário (suponhamos que vive num sistema planetário) tenderá a colocar em órbita, em torno da sua estrela, estruturas verdadeiramente gigantescas.

A finalidade imediata dessas estruturas seria recolher a luz emitida pelo seu sol para satisfazer o consumo de energia (suponhamos que, apesar de muita avançada não é capaz de extrair de modo seguro energia da fusão nuclear, mau agora para que se dedica ao assunto). Não é de por de parte que essas estruturas pudessem também acolher excesso populacional.

Eventualmente o número e dimensões dessas estruturas iriam evoluir de tal modo que capturariam toda a energia solar (graduando-se a civilização com o grau 2, por definição, outro dia falamos nisso).

Um caso especial da captura total da energia consiste em colocar uma esfera enorme com a centro na estrela. A esfera até pode rodar criando na sua superfície interior alguma espécie de gravidade. O sistema seria instável, mas há soluções.

E quem fala numa esfera fala em duas, Ou em anéis. Mas fica para outra ocasião também.

Durante a construção dessas estruturas, uma outra civilização, numa estrela distante mas tipicamente na mesma galáxia, poderia detectar as manobras porque as estruturas, sempre que passassem em frente do sol, do ponto de vista do observador, iriam encobrir, por um pouco que fosse, o brilho da estrela.

Não que faltem outros fenómenos, estes perfeitamente naturais, que possam provocar um variação, real ou aparente, no brilho de uma estrela distante.  No entanto nalguns casos é possível separar esse tipo de fenómenos uns dos outros atendendo a uma gama mais alargada de dados.

Ora bem, o telescópio Kepler em órbita detectou exactamente isso, na, em melhor em torno da, estrela KIC 8462852, a 1500 anos-luz da Terra e na constelação Cygnus (do cisne).

Sei bem que mais cedo ou mais tarde vai aparecer uma explicação mais trivial para o fenómeno, mas para já uma civilização extraterrestre é a explicação que melhor se adapta aos factos.

Existência de uma civilização mais ou menos contemporânea da nossa e capaz  de criara as estrutura detectáveis é uma enorme injecção de optimismo para quem, como eu, pensa que a nossa civilização, esgotadas as fontes de energia mais eficazes e sobre uma pressão populacional esmagadora, irá reverter a um estagio medieval, mais cedo ou mais tarde, e isto no cenário mais optimista.

Enfim, enquanto não se descobrir uma explicação melhor. ENCONTRÁMOS o ET! Deixem-me andar satisfeito.

2 comentários:

  1. também já li, mas estou um pouco céptico. Enfim, apenas o tempo o dirá. E também como é que havemos de comunicar com eles a essa distância ? e a civilização pode já nem estar lá, visto que a imagem que se viu tem 1500 anos. Acho mais importante resolvermos o problema da pressão populacional esmagadora primeiro.

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  2. Bem, uma civilização que consiga construir objectos do tamanho de Júpiter deve sobreviver + 1500 ou mesmo 3000 anos.

    Comunicar é que acho uma má ideia. A melhor ideia é escutar. Se "eles" disserem alguma coisa vamos certamente ter matéria para estudo durante século. Se não disserem nada, eles lá saberão porquê, e se eles não falam parece-me temeroso tomarmos nós a iniciativa.

    O problema da população não me parece que seja solúvel sem colonização extra-terrestre. Mais cedo ou mais tarde. Se essa colonização não for possível, por motivos técnicos ou políticos, o problema só será auto-resolvido por uma mortandade elevada.

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